Até
recentemente não se falava em literatura negra, indígena ou homoerótica.
Ao discurso produzido pelas minorias restava a margem, assim
como o feminino permaneceu oculto durante séculos. A
escrita desses
grupos de excluídos esbarra na distinção de classes, na
distribuição desigual
de riquezas, nas questões políticas, na falta de consenso da
crítica e
no desconhecimento da sua produção. No entanto, vem conquistando espaço
no cenário cultural brasileiro através da construção de uma
poética que
busca trazê-los para o centro da narrativa. A constituição
dessa nova
poética permite abandonar estereótipos que durante muito
tempo caracterizaram
o afro-descendente, o índio e o homossexual. Ao abrir mão
de conceitos estreitos que tendem a aumentar as desigualdades, a literatura
possibilita o surgimento de personagens que se destacam não pela
raça, cor da pele ou opção sexual, mas por uma trajetória marcada pelo
sucesso, contrariando o registro encontrado na maioria de
seus textos
ficcionais.
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